11 de maio de 2010

Second Life Reportagem com Lúcia Santaella

Cronicamente Viável: "Não podemos colocar a culpa do fracasso na Internet ", diz Lucia Santaella.

"Orkut, MSN, Youtube: Paquera e Narcisismo na Internet" foi o tema do programa "Cronicamente Viável" desta terça-feira, 12 de junho, que aconteceu no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo.

O debate contou com a presença do escritor e dramaturgo Fernando Bonassi e da professora Lucia Santaella do Centro de Investigação em Mídias Digitais, da PUC-SP.

O encontro aconteceu das 19h30 às 21h30 e foi mediado por Marcelo Rubens Paiva e Marcelo Tas.

Leia abaixo a íntegra da participação da professora Lucia Santaella

Homens travados

Pesquisa do Ibope mostrou que existem 900 mil pessoas no Brasil que acessam diariamente as salas de paqueras e a maioria dos internautas é homem. Esta notícia me surpreende, mas a Internet é feita de surpresas. Todas as notícias sobre Internet não conseguimos prever. Mas podemos concluir que, se os homens entram mais na Internet, é porque as mulheres são mais tímidas do que eles. Eu creio na possibilidade de se comunicar através da tela, longe da idéia de que esta tela seja constrangedora, ela é liberadora. Então para o homem esta liberação funciona.

Que os homens são mais travados não tenho dúvida nenhuma. Quando digo travado não estou ofendendo os homens. As mulheres são mais maleáveis, faz parte da psique feminina. A questão da sedução tem a marca registrada da mulher, porque a mulher conhece esta manha. Ela detém esta arte. As artimanhas da sedução pertencem à mulher. Basta olhar o corpo curvilíneo da mulher, os olhares etc. Então, para o homem me parece que a tela funciona mesmo como uma possibilidade liberadora.

Há regras na Internet?

Mas não podemos extrair regras da Internet. Amanhã mesmo ou daqui a um mês as coisas podem mudar. Durante muito tempo os games multijogadores, que estão fervilhando na Internet, eram privilégios de homens, de jovens. Hoje as mulheres estão começando a suplantar os homens em jogos multijogadores em rede. Então não tem regra na Internet. Neste texto eu digo que temos que abandonar todas as certezas, porque é um mundo extremamente flexível, variável, daí então esta metáfora da liquidez.

Eu estava falando de uma outra metáfora, que acho que é até melhor, do Sloterdjik. Lembrem-se deste nome porque ele vai ficar famoso. É um filósofo alemão que usa a metáfora da espuma. Nos anos 80 ficou mais ou menos conhecido porque escreveu um livro sobre razão cínica, mas como ficou filósofo demais no sentido de recuperar obras de Nietzsche etc. a sociedade pós-moderna achou que ele estava ficando muito sério. E agora ele escreveu o livro "Esferas". E no último volume o livro "Espumas" para mostrar a característica da sociedade contemporânea que mais do que líquida é espumosa. Porque a espuma é ainda mais frágil e leve do que o líquido. Tudo isto está materializado nesta idéia da espuma e do líquido em que nada se fixa, tudo se transmuta pela Internet. E que cabe muito bem no tema de hoje, que é o tema da paquera e do namoro que têm esta característica da mutação, da coisa que vai caminhando, que muda, que não tem esta coisa da incerteza. O que a sedução tem de mais fascinante é que nós pisamos em ovos, nada é certo.


O que é Second Life?

É um programa da Internet que para entrar tem que estar cadastrado. No Brasil as coisas chegam e levantam uma poeira enorme, e só começamos a compreender o que é aquilo quando a poeira desce. Então com o Second Life é isso, parece que está saindo do nada, mas não, já havia jogos chamados mods e emules desde os anos 70. E nos anos 80 este jogos foram transformados em jogos de jogadores múltiplos na Internet em que para entrar no jogo teria que criar uma identidade, um personagem. Isto que é chamado de segunda vida depende de se criar um representante de si mesmo chamado de avatar que é uma figura gráfica. O que o Second Life tem de grande novidade é que ele é tridimensional, por isto que exige banda larga e uma máquina poderosa. Então ele é tridimensional e o avatar que se cria começa a habitar aquele mundo. Saíram várias reportagens. Na Época... foi capa da Veja. E saiu na revista Cláudia, que, aliás, fui entrevistada.

E eu concordo com o Bonassi. Ontem me perguntaram em uma entrevista qual o ponto negativo do Second Life e eu falei que não deveria ser Second e sim Multiple Life. Porque é um lugar em que eu posso ficar imitando a vida real e até voar. Então não estou podendo mandar este meu novo livro para a editora sem falar do Second Life. Tem lá um item que eu o chamo de entre o jogo e o capital e material. Está provocando tanto frisson, porque de repente entrou dinheiro. E ao entrar dinheiro nós sofremos todos os constrangimentos da vida real. Quando entramos na Internet o que queremos é nos livrar das restrições e constrangimentos, o peso do real. Eu respondi na revista Cláudia que é um mundo que está ficando sem imaginação. Não sei se publicaram isso porque eu não vi a matéria. O que eu disse foi que para a gente ver o que é um mundo cheio de imaginação é só ler um conto do Borges que se chama "Tlön, Uqbar, Orbis Tertius", onde podemos ver até onde a imaginação do escritor nos leva. As pessoas estão usando o Second Life realmente de uma maneira muito pobre.
Orkut

Primeiro que o Orkut não é só freqüentado, ele é habitado. O Second Life é freqüentado, onde você vai e passeia, assiste a um filme, assiste a uma palestra que teve do centro de pesquisa da Petrobrás. As universidades estão entrando no Second Life. Eu coordeno um programa de tecnologia de inteligência e designer digital e os professores vieram a mim nesta semana dizendo que eu preciso fazer uma filial do programa no Second Life. O Second Life não é habitado como o Orkut, lá você tem o seu lugar e é mais por pessoas jovens. Por outro lado, a cultura brasileira é muito expansiva. O brasileiro não se intimida de expor a sua vida privada. Quem tem experiência de viver fora do Brasil em culturas mais contidas isto fica muito claro. Você está em um ponto de ônibus ou viaja de trem com alguém e de repente aquela pessoa começa a contar a sua vida inteira, de repente você também se vê contando coisas íntimas de sua vida. Isto é muito do brasileiro.

Eu acessei muito o Orkut, é uma delícia. De repente descubro que a minha filha, que me fez conhecer o Orkut, tem 650 amigos. E do Orkut eu fui para o Youtube, onde vi o vídeo do filhinho de um ex-namorado. Então se vai caminhando por coisas completamente imprevistas. E para os jovens é uma maravilha porque se encontra velhos amigos. Qual a única teoria que cabe para nós agora? Qual a única teoria que serve agora para nós podermos trabalhar? O que está acontecendo no mundo digital? É a teoria dos mundos possíveis. O Orkut é isso, tem muito de realidade. Lá se põe fotos, se você quer se expor, escolhe a sua melhor foto. Encontra velhos amigos. Começa a paquerar o namorado da sua amiga. Os namoros que às vezes acabam. Namoradas que obrigam o namorado a tirar o lugar dele no Orkut, deletar, apagar tudo porque de repente ele pode ser visitado por qualquer pessoa que começa a mandar mensagens para ele.

Teoria dos mundos possíveis

É uma teoria muito nova dos jogos. É uma teoria aplicada para a análise dos jogos. Quer dizer, dos mundos possíveis, os mundos que se multiplicam. Eu vou dar um exemplo outra vez citando o Borges. Tem um conto engenhosíssimo do Borges que se chama "O Jardim dos Caminhos que se Bifurcam". No meio deste conto aparece um chinês que abandonou o seu reinado porque queria criar um labirinto. E aí ele morreu e foram procurar o labirinto. O que encontraram foram fragmentos de uma história que não fazia sentido. E chegaram a conclusão de que o labirinto não era no espaço, mas no tempo, onde cada personagem podia assumir múltiplos destinos. O que é o destino da vida real? Se a gente escolhe um caminho, todas as possibilidades e alternativas daquele outro caminho que não seguimos se perdem. Então temos que pensar em uma rede infinita em que de repente você se casou aqui, ali você morreu, ali você volta a aparecer como uma amiga de uma pessoa que foi sua inimiga lá. Esta é a teoria dos mundos possíveis.

A vida está sem graça?

Agora com este desdobramento de meios de comunicação, que já começou no século 19 com a fotografia, as pessoas têm a possibilidade de escolher, como ficar hipnotizada em frente de um game. Na semana passada eu estive em um encontro sobre games. Imaginem que em Minas Gerais criaram uma lei para proibir os jovens de ficar nas lan houses. Eu falei olha, ninguém leu Freud porque a proibição é a condição do gozo. Porque na hora em que se vai proibir alguma coisa, esta fica infinitamente mais sedutora. Sabemos disso, os romances proibidos são mais interessantes. Então acho que agora a pessoa tem mais liberdade, mais alternativas para escolher.

Platonismo virtual

Toda relação, todo amor, tem um elemento platônico. Sem a idealização, o que é o estar enamorado? Estar enamorado é criar um outro ideal no qual a gente se espelha. Quando o amor desaparece? Quando de repente você olha para a pessoa e ela é um pedaço de carne. Acabou aquela coisa. Sem esse elemento platônico não tem amor que persista. Tem um romance do Nabokov, "Pale Fire", em que uma personagem morreu porque comeu muita realidade. Agora, ficar só na idealização evidentemente é patológico. Este texto que eu escrevi sobre a paixão, que a paixão não se fala, a paixão se vive. A paixão vive enquanto há o encontro de dois corpos, porque nada pode substituir a vibração da presença, do enlaçamento de dois corpos. O Octávio Paz chama isto de dois astros que se encontram no espaço celeste. Nada pode substituir isto. Mas este elemento platônico que chamamos de sublimação é importantíssimo em qualquer relação.

Propaganda no Second Life

Nós vivemos em uma era chamada de turbo capitalismo. Então imaginem o grau. A garganta do capitalismo é pantagruélica. Outro dia eu estava lendo uma coisa bastante interessante que diz que o capitalismo se engravida de si mesmo, ele fica prenho de si mesmo. Então é mais do que natural que as empresas corram para este universo porque o capitalismo só continua na medida em que ele se expande. Se aparece um território novo de expansão, as empresas correm e a publicidade também, é evidente porque hoje a alma do capitalismo é a publicidade. Agora, o que vai acontecer e se vão ganhar dinheiro no Second Life nós não sabemos. Inclusive toda a publicidade que é feita sobre o Second Life para angariar adeptos é justamente no sentido de que alguém ganhou um milhão de libras ou dólares.

Mas a visualidade do Second Life ainda é muito rudimentar. No entanto, sem fazer futurologia, as coisas caminham para que no futuro ele seja tridimensional e de realidade virtual. Você entrará e não haverá figuras gráficas tridimensionais que ainda são muito precárias. O mundo da visualidade está caminhando exatamente para chegar a uma cópia mais fiel possível. Seguindo a evolução da imagem, que hoje está na realidade virtual, fico me perguntando qual o limite desta aventura humana. Não temos resposta para isto. Porque a imagem vai se aprimorando cada vez mais para ser um duplo perfeito da realidade? Eu falo que não tem explicação, mas como sofro da enfermidade da explicação, até dou uma. A realidade nos coloca diante deste dilaceramento da mortalidade. Se você cria uma realidade cínica, que é uma cópia, um duplo perfeito da realidade, é a nossa única vingança contra a mortalidade. O Oswald de Andrade disse: "O homem é um animal que vive entre dois grandes brinquedos. O amor onde tudo ganha...". No amor ganhamos tudo, é um prêmio, é uma dádiva. "...e a morte onde tudo perde." Então é por isso que ele cria o circo, a dança, o cinema, a literatura e agora o Second Life.

Sexo virtual

Serei bem breve. Não se trata só de politizar, mas de poetizar. A Second Life está aí e vamos ocupá-la com poesia e com política. Então se trata de ocupar com projetos interessantes. E este negócio do sexo, a mulher nunca fala só em sexo. Para a mulher não há sexo sem o amor. Seja velha geração ou nova geração, está estudado pela psicanálise. A sexualidade masculina e a sexualidade feminina são diferentes. Agora, evidentemente, conforme a conversa for ficando mais íntima, para onde ela vai? Para o cerne da questão.

O papel do masculino e do feminino

Nós começamos a nossa conversa por aí. Estamos vivendo em uma sociedade líquida. Então estes papéis muito fixos de mulher é isso, homem é aquilo, acabou. Isto fazia parte de uma sociedade onde as identidades eram pretensamente estáveis, bem definidas. Esta questão inclusive é um tema que não tratamos ainda que é do narcisismo. Em "Introdução ao Narcisismo", Freud usa a mulher para falar do narcisismo. É uma característica feminina, não que não exista também no homem. Eu quero marcar esta questão sem cair naquele discurso babaca de gênero e daquele feminismo das norte-americanas. Não me interessa aquilo, porque a questão feminina e masculina é a questão do falo, da nossa incompletude radical como seres humanos. O que caracteriza a sexualidade masculina? É a atração que o homem tem pela visualidade. Quer dizer, ver a mulher e as formas femininas. A natureza biológica fez assim. É diferente do pavão. No caso do ser humano é a mulher que tem as formas curvilíneas e ela se exibe para o olhar masculino. O homem nunca pode imaginar a falta absoluta de atração que a mulher tem pela visão de um corpo nu de homem. Não tem, quer dizer, pode até ter, mas não é uma característica do feminino. Então quando se diz que a mulher está ficando masculina, eu te digo que a característica destes homens que se exibem, tipicamente narcisistas, é mais feminina, embora estejam exibindo formas muito masculinas. E elas se exibem a partir do quê? Em vez de criar uma imagem própria, ficam copiando. Imagens de um olhar masculino. Então isso que o Bonassi colocou é importantíssimo. Como é difícil a pessoa encontrar a sua própria face em um mundo onde essas faces vêm prontas. Isto é mesmo deprimente no Orkut. Você entra lá e aquelas moças ficam se exibindo. Eu não tenho nada contra a exibição. O que é problemático é que esta exibição é copiada. Então o que significa isso? É que ela ainda não encontrou a sua face. Mas os papéis femininos e masculinos estão todos espumosos.

Second Life tem espaço no futuro?

Sabem qual é a última tendência agora? Este Second Life quando baixar a poeira não sabemos se vai sobreviver. A última tendência da computação agora é aquilo que é chamado de computação pervasiva. Daqui a muito pouco tempo vai ter cem computadores para cada pessoa, mas não desktops, e sim coisinhas pequenas, computador vestível. Eu até posso imaginar que o Second Life possa ser o canto dos cisnes desta Internet que está aí. Porque a tendência é que a computação fique cada vez mais próxima do nosso corpo e cada vez mais parecida com o humano.

Individualismo

A individualidade como um conceito centrado não existe. A constituição da nossa individualidade é dada pela complementaridade que o outro nos dá. Então a individualidade é um projeto sempre inacabado. Quando eu estava falando que a pessoa não encontrou a sua própria face, não que a sua face seja algo estável. A construção da nossa identidade é um projeto inacabado sempre. Graças a Deus, porque imaginem se fosse acabo e nós virássemos estátuas. Mas eu não acho que temos que pôr a culpa na Internet, no Orkut etc. pelo fracasso porque não se trata de sucesso ou fracasso, mas de um caminho no qual estamos sempre no meio. Então são alternativas distintas, cada uma com os seus pontos fracos e fortes que vão ajudando a construir este projeto.

A outra coisa que eu queria falar e que eu mesma me interrompi. É que nós falamos muito do mundo virtual e do mundo real como se fossem duas coisas separadas. Neste meu novo livro, estou tratando desta metáfora de universos paralelos que durou só dez anos. O real é uma coisa que está aqui e o virtual é uma coisa que está lá e que não tem paupabilidade. Nós estamos entrando em um universo de interconexões de espaços intersticiais. Por isso que eu estava falando da computação pervasiva que é a tendência. Não que o desktop vá desaparecer, porque nenhum meio de comunicação desaparece. É só olhar para trás. A oralidade ainda persiste, as formas de comunicação escrita persistem, a comunicação impressa e assim por diante. Hoje se fala do transcinema, cinema do futuro, mas o cinema também não vai morrer. É uma linguagem. Toda a linguagem que é criada pelo ser humano é uma riqueza que não pode ser perdida. Mas a tendência agora é para estas interconexões entre nesses espaços. Os novos games são jogados no celular e no espaço urbano da cidade. Então a tendência do futuro é esta. O desktop continuará existindo. Felizmente, porque eu não vivo sem ele, o desktop é mais confortável para uma escritora escrever do que um computadorzinho pequeno. Ele não vai desaparecer, mas vai se tornar bastante minoritário.

Estamos falando tanto do Second Life, mas ele é apenas um estágio em um processo evolutivo muito acelerado. As questões que você colocou, por exemplo, parece muito caótico para nós porque não estamos conseguindo acompanhar este ritmo, ele está acelerado demais. A evolução humana é inseparável dos processos de linguagem que o ser humano vai multiplicando. Então o preço que pagamos é que o ser humano está se tornando cada vez mais complexo. E esta sensação de caos é porque nós não estamos conseguindo compreender esta complexidade, mas é o preço que o ser humano paga por se tornar cada vez mais múltiplo.

A Internet é um panóptico?

Jamais. A metáfora da Internet é o rizoma do Deleuze e não o panóptico. O panótico é o guarda que fica lá e vê todos os prisioneiros e os prisioneiros sabem que são vistos. Na Internet ninguém sabe onde você está. Tem lá um endereço, está em aberto à conexão possível. Enfim, a Internet tem uma característica- que felizmente ainda não conseguiu ser exterminada- que é a pendência inevitável para o caos. É o oposto do panóptico que é uma imagem que o Michel Foucault que usa para falar dos sistemas de vigilância. Sim, tem sistemas de vigilância na Internet. Quando compro um livro na Amazon, começo a receber repetidamente mensagens da Amazon me oferecendo livros similares. Às vezes eu dou graças a Deus porque assim não tenho que ficar procurando, pois tem um agente inteligente procurando por mim e em outras vezes isto me incomoda. Então é o oposto, a grande margem da Internet hoje é a do rizoma. Eu tentei explicar aqui, na precariedade da linguagem verbal, pois nós não podemos pronunciar tudo ao mesmo tempo. Então, quando eu falei dos mundos possíveis, ela tem esta linearidade, esta seqüencialidade. São linhas que se ramificam em todas as direções. E onde você está nestas linhas que se ramificam em todas as direções? Sempre no meio, em algum lugar sem princípio e sem fim.

Nova forma de expressão

Uma linguagem não substitui a outra, por isso que elas não desaparecem. O que o livro faz, o que a linguagem escrita faz, o cinema não faz e vice-versa. O que fazemos na Internet agora a televisão não faz. Então cada linguagem tem características potenciais e limites que são dela e elas se complementam como um caleidoscópio. Não podemos avaliar uma linguagem com critérios que temos para avaliar outra. Elas têm características próprias. E nem tudo na televisão é assim tão desprezível. Nós estamos aqui em frente ao Tas que fez coisas maravilhosas na televisão brasileira. Não podemos tratar a televisão como um monolito demonizável. É uma linguagem que pode ser explorada e que muita gente trabalhou e deixou uma boa herança de experimentação. É uma outra linguagem. Cada uma tem forças que a outra não tem. O criador é aquele que sabe explorar as forças de cada uma destas linguagens. E os que não criam, copiam.

O que é a paquera? A paquera é uma coisa que nunca é escancarada. A sedução é um jogo, uma lenha, porque vai devagar. Esse é o fascínio da sedução, uma coisa que vai devagar. O que acontece quando você começa a paquerar por trás da tela? A exploração é mais lenta e vai avançando até o ponto em que você quer encontrar a pessoa. Você quer encontrar a pessoa porque quer sentir o cheiro, quer tocar... E depende de quanto tempo vai levar. Para uns é mais rápido, já conheceu e em três dias quer ver. Para outros é mais lento, três meses. Enfim, o ser humano é variável. Que bom que nem todo mundo é igual. A maravilha é encontrar o parceiro que sincroniza em seu tempo. Isto é o que chamamos de encontro. O encontro é quando os corações sincronizam. E o coração sincronizando é o trampolim para o corpo também sincronizar.

Fonte: http://entretenimento.uol.com.br/ultnot/2007/06/12/ult4326u248.jhtm

10 de maio de 2010

2º Colóquio da Câmara Técnica de Educação a Distância


Câmara Técnica de Educação a Distância 

CATED

Data: 12/05/2010

Programação:

9 h – Abertura com a Sub-reitora de Graduação;
9h15min. – "Os desafios para a formação de professores em EAD: contribuições do I Encontro Internacional da UAB” - Celly Cristina Saba e Fátima Kzam Lacerda
10h15min. – “Qualidade em EAD: desafios e reflexões” - Lígia Silva Leite
11h – “UAB – Universidade Aberta do Brasil”- ; Leila Medeiros de Menezes/
11h30min. – “Inovações em EAD: relatos do 15º CIAED e da IADIS ML 2010” - Patrícia Seefelder de Assis
12h15min. – "A EAD na CONAE 2010: a experiência serrana" - Fátima Kzam Lacerda
13h – Lançamento do livro CATED e brunch

Local: Capela Ecumênica

Inscrições: http://www.sr1.uerj.br/cated/

Fórum de Tecnologia e Sociedade

A Uerj em Tempos de Mudança - espírito público e compromisso social. O objetivo é trabalhar a produção de conhecimento socialmente robusto para a criação de trabalho e renda, visando a diminuição das desigualdades. Dia 14 de maio, às 9h30, no Auditório 12

Data: 14 de maio de 2010

Local: 1º andar - Bloco E - Auditório 12

Rua São Francisco Xavier nº 524

Participantes:

Reitor: Ricardo Vieiralves

Secretário de Estado de Ciência e Tecnologia: Prof. Luis Edmundo da Costa Leite

Secretário de Estado de Segurança: José Mariano Beltrame

Mediação: Profa. Marinilza Bruno de Carvalho

Apresentação do tema - Produção de conhecimento socialmente robusto: Prof. Antonio Carlos Ritto.

9 de maio de 2010

Second Life Eu vivo outra vida na web - na TV

Pensa Nisso desta sexta:´Eu vivo outra vida na web

Documentário mostra três jovens que fazem da internet o seu mundo real

O Pensa Nisso desta semana vai apresentar o documentário "Eu vivo outra vida na web". Isso não seria tão surpreendente, visto que, com o número de sites de relacionamentos que vão nascendo cada vez mais, todos possam acabam tendo uma segunda vida na internet. Mas, o caso dessas três meninas, que são as personagens do flme, é ainda mais específico. Elas tentam fazer do virtual o seu mundo real.

Judy, por exemplo, é uma jovem que tem sociofobia e não consegue nem ficar ao lado de uma pessoa por muito tempo. A sua personalidade muda quando ela está em casa, sozinha de frente para o computador. Ela perde qualquer insegurança e vergonha. Resultado desse comportamento é o blog que possui onde posta textos e fotos e, segundo a própria, consegue ser ela mesma. A desinibição vai além e no site tem até um espaço para assinantes poderem acessar fotos sensuais da autora."Espero um dia poder usar na vida real toda a confiança que tenho na internet". É o que diz.

As outras duas sofrem da mesma síndrome. Uma sonha em ser uma cantora, mas não consegue subir num palco e se apresentar em público. Assim, vive a vida de seus sonhos no Second Life. A outra também tem fobia de se relacionar com pessoas e só consegue se comunicar através de MSN, e pelo tom sexual dá para ver que não nenhuma formalidade neles.

Aproveitando o assunto o Mulltishow quer saber: você também se sente mais real na web?

HORÁRIO PRINCIPAL:
Sexta, às 22h30
HORÁRIOS ALTERNATIVOS:
Sábado, às 05h30
Domingo, às 04h30 e 21h
Segunda, às 01h 

Seminário : A configuração da Proteção Social na América do Sul hoje




CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL

Seminário

A configuração da Proteção Social na América do Sul hoje


Data e local: 01 de junho de 2010, das 09 às 17h, Auditório Vera Janacopolos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) - Avenida Pasteur, 296 - Praia Vermelha.
Público Alvo
  Docentes, alunos de graduação e pós-graduação, profissionais pesquisadores ou atuantes da área de políticas sociais, e servidores, técnicos e gestores de políticas públicas. 
Inscrições prévias: A inscrição é gratuita e deve ser feita através do e-mail seminarioprotecaosocial@hotmail.com (informar nome, instituição e telefones de contato) 
Objetivos:
  • Reunir especialistas de dois países da América do Sul, para apresentar e analisar as experiências em política social em cada realidade, com ênfase nas problemáticas do trabalho/emprego e do trato da pobreza e da desigualdade;
  • Discutir as implicações sociais das mudanças empreendidas nos sistemas de proteção social sul-americanos, nas últimas décadas, para os trabalhadores e a sociedade de forma geral;
  • Refletir sobre alternativas de organização dos sistemas de proteção social

Mesas: temáticas e palestrantes
  Mesa1: 09-12h de 01/06/2010
Tema: A relação entre trabalho, emprego e os sistemas de proteção social vigentes na América Latina hoje
  Palestrantes:
  • Daniel Kostzer: economista argentino e coordenador de Desenvolvimento Social e Luta contra a Pobreza, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud); professor de Estructura Social Argentina da Universidade de Buenos Aires (UBA); ex-diretor de Pesquisas Macroeconômicas do Ministerio de Trabajo, Empleo y Seguridad Social da Argentina e ex-coordenador do Programa Jefes y Jefas de Hogar Desocupados.
  • João Sicsú: economista brasileiro e atual diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), e professor do Instituto de Economia da UFRJ.
  Mesa 2
Tema: O enfrentamento da “questão social” pela atual concepção de política social
  Palestrantes:
  • Estela Grassi: cientista social argentina; professora de Antropología Social da Universidad de Buenos Aires (UBA); e diretora do projeto de pesquisa "Política Social, Condiciones de Trabajo y Formas de Organización Socio-Política".
  • Maria Lúcia Teixeira Werneck Vianna: cientista político brasileira; professora e diretora adjunta do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro; e coordenadora do Laboratório de Economia Política da Saúde e Proteção Social da UFRJ.
Síntese dos conteúdos do Seminário:
  Os sistemas de proteção social na América Latina desenvolveram-se, ao longo de grande parte do século XX, segundo o modelo de seguro social, voltado para os empregados do mercado formal que contribuem para ter acesso a benefícios sociais em algum momento de suas vidas. Tais sistemas se constituíram sob a suposição de que a maioria dos trabalhadores teria acesso ao emprego assalariado.
  Esta visão otimista se desfaz a partir dos anos 90, quando o desemprego aberto na região chega a mais de 10%, com marcantes tendências de crescimento. Elevam-se dramaticamente as taxas de precariedade do trabalho, com 2/3 das vagas criadas no mercado informal, com salários baixos e nenhuma cobertura dos sistemas de seguro social. Com isso, aumenta o contingente de trabalhadores pobres que transitam entre desemprego e emprego precário. Criam-se situações real ou potencialmente conflituosas, como na Argentina no final de 2001 ou no Brasil da associação cada vez mais forte entre miséria e violência.
  Os governos reestruturam suas respectivas políticas sociais, focando investimentos e ações numa pobreza “espontânea” e indeterminada historicamente, a ser aliviada para se manter socialmente administrada e sob controle. Reduzem-se os investimentos nos serviços sociais públicos e implementam-se os chamados “programas de combate à pobreza”, caracterizados por transferências diretas de renda, que estariam se tornando “a política social” em nossa região.
  E é  esta suposição, com suas matrizes e conseqüências, que será explorada ao longo do seminário, confrontando-se experiências e visões sobre a evolução dos sistemas de proteção social na América Latina, uma região que guarda grandes diferenças, mas também similaridades indiscutíveis, especialmente no que se refere ao seu histórico de desigualdades.
Organizadoras:
Prof ª Dra. Alejandra Pastorini
Prof ª Dra. Cecília Paiva
Prof ª Dra. Silvina Galizia
Pesquisadora Doutoranda Regina Teixeira

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