Os bastidores da mudança do Orkut
Por Rafael Kenski (COM ESTILO WIKI ) por Beatriz Lorena
Quando essa reportagem foi publicada, a febre do facebook ainda não havia "acometido" o Brasil! Dando pano para manga tanto de um ponto de vista mais acadêmico e social. Não sou socióloga mais vou dar meus palpites!
Na semana passada, o Orkut ganhou o recurso de grupos, algo inédito entre as redes sociais. Agora dá para dividir seus contatos entre aqueles que são da sua família, do trabalho, da turma da praia, que são inimigos, amantes e qualquer outra divisão que você queira. Se você for como as pessoas que o Google andou pesquisando, terá entre 4 e 6 grupos, cada um com entre 2 e 10 pessoas.
É, o Google anda estudando bastante sociologia, tentando entender como as amizades no mundo real funcionam. E o recurso de grupos é uma das primeiras novidades a vir daí. Depois, ele pretende transportar todo esse conhecimento para a internet, em um novo projeto de rede social. O objetivo final é competir o Facebook, que o Google considera sua principal ameaça na rede.
Ameaça temida e cumprida. Gradativamente as pessoas migram para o Facebook mesmo considerando sua interface mais difícil, mas o que de fato e difícil e resistir aos apelos e convites para experimentar uma nova errância. O que chama atenção não apenas a análise feita pelo google para mapear a origem e as tecituras das diversas redes criadas nesse site de rede social, como também a mudança rápida dos cibernautas em seus usos nas redes. No caso do orkut que mesmo com inovações vem sendo bombardeado pelos próprios ex ou atuais usuários, como algo morto e ultrapassado.
A disputa mercado lógica interfere nos cotidianos em vividos no ciberespaço, interfere na nossa percepção estimulando nossos sentidos, o que me recorda a reflexão de Bauman (2005), a ideia de identidade nasceu da crise do pertencimento (Edméa Santos que sempre fala do sentimento, de pertencimento de ser " potente" em um grupo com essa motivação). o que esta em questão e o pertencimento, estar, criar inúmeras redes em cada site de relacionamento e gerar uma identidade seja ela como for, Bauman chama de forçado, pois a identidade não é algo natural, e usado como instrumento de coerção criado pelo Estado. Mesmo com tanta liberdade e recursos tecnológicos será que toda essa pressão quase oculta nós permite uma criação e co-criação de nós mesmo em nossas redes??? Ou será como cibernautas do facebook andam reclamando a feira de futilidades continua (Para alguns orkut era visto como um meio de reproduzir futilidades)???
Continua...
Referência
Identidade: Entrevista a Benedetto Vecchi (Identity: Conversations with Benedetto Vecchi/Bauman, Zygmunt, Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,2005